A cidade do Panamá recebe o 1º
Congresso Latino-americano de Pastoral Familiar, que teve início no dia
4 e prosseguirá até o domingo, 9. A Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB) é representada
por uma delegação de 19 pessoas, entre eles, membros da coordenação
nacional da Pastoral Familiar, bispos referenciais e assessoria
nacional.
Em
mensagem aos participantes do Congresso, o papa Francisco parabeniza e
agradece os agentes de pastorais e pessoas comprometidas em favor da
família que, segundo ele, trata-se de “um valor tão querido e importante
hoje em nossos povos.
No texto, o papa fala da importância da família, recordando as palavras de papa emérito Bento XVI, na Encíclica Caritas in veritate e
também faz referência ao Documento de Aparecida. “Frente a uma visão
materialista do mundo, a família não reduz o homem ao estéril
utilitarismo, mas dá canal aos seus desejos mais profundos”, disse
Francisco.
O
Congresso é promovido pelo Departamento de Família, Vida e Juventude do
Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam). A temática escolhida é
"Família e desenvolvimento social para a vida completa e comunhão
missionária", em sintonia com a preparação para o Sínodo Extraordinário
dos Bispos sobre a Família, que se realizará em outubro, no Vaticano.
Confira a íntegra da mensagem do papa.
MENSAGEM
Mensagem do Papa Francisco ao I Congresso Latino-americano para a Pastoral Familiar (Cidade do Panamá, 4 a 9 de agosto de 2014)
Quarta-feira, 6 de agosto de 2014
Mensagem do Papa Francisco ao I Congresso Latino-americano para a Pastoral Familiar (Cidade do Panamá, 4 a 9 de agosto de 2014)
Quarta-feira, 6 de agosto de 2014
Boletim da Santa Sé
Queridos irmãos,
Queridos irmãos,
Uno-me de coração a todos os participantes neste I Congresso
latino-americano de Pastoral Familiar, organizado pelo Celam, e os
parabenizo por esta iniciativa em favor de um valor tão querido e
importante hoje em nossos povos.
O que é a família? Para além de seus prementes problemas e de suas
necessidades urgentes, a família é um “centro de amor”, onde reina a lei
do respeito e da comunhão, capaz de resistir aos ataques da manipulação
e da dominação dos “centros de poder” mundanos. Na casa familiar, a
pessoa se integra natural e harmonicamente em um grupo humano, superando
a falsa oposição entre indivíduo e sociedade. No seio da família,
ninguém é descartado: tanto o idoso como a criança são bem vindos. A
cultura do encontro e o diálogo, a abertura à solidariedade e à
transcendência têm nela o seu berço.
Por isso, a família constitui uma grande “riqueza social” (cf Bento XVI,
Cart. Enc. Caritas in veritate, 44). Neste sentido, gostaria de
destacar duas contribuições primordiais: a estabilidade e a fecundidade.
As relações baseadas no amor fiel, até a morte, como o matrimônio, a
paternidade, a filiação ou a irmandade, aprendem-se e se vivem no núcleo
familiar. Quando estas relações formam o tecido básico de uma sociedade
humana, dão-lhe coesão e consistência. Pois não é possível formar parte
de um povo, sentir-se próximo, ter em conta os mais distantes e
desfavorecidos, se no coração do homem estão quebradas estas relações
básicas, que lhes oferecem segurança em sua abertura aos demais.
Além disso, o amor familiar é fecundo, e não somente porque gera novas
vidas, mas porque amplia o horizonte da existência, gera um mundo novo;
faz-nos acreditar, contra toda desesperança e derrotismo, que uma
convivência baseada no respeito e na confiança é possível. Frente a uma
visão materialista do mundo, a família não reduz o homem ao estéril
utilitarismo, mas dá canal aos seus desejos mais profundos.
Finalmente, queria dizer-lhes que, desde a experiência fundante do amor
familiar, o homem cresce também em sua abertura a Deus como Pai. Por
isso, o Documento de Aparecida indicou que a família não deve ser
considerada só como objeto de evangelização, mas também agente
evangelizador (cf. nn. 432, 435). Nela se reflete a imagem de Deus que
em seu mistério mais profundo é uma família e, deste modo, permite ver o
amor humano como sinal e presença do amor divino (Carta Enc. Lumen
fidei, 52). Na família, a fé se mescla com o leite materno. Por exemplo,
esse sincero e espontâneo gesto de pedir a benção, que se conserva em
muitos de nossos povos, reflete perfeitamente a convicção de que a
benção de Deus se transmite de pais para filhos.
Conscientes de que o amor familiar enobrece tudo o que o homem faz,
dando-lhe um valor agregado, é importante incentivar as famílias a
cultivarem relações sadias entre seus membros, como dizer uns aos outros
“perdão”, obrigada”, “por favor”, e a se dirigir a Deus com o belo nome
de Pai. Que Nossa Senhora de Guadalupe alcance de Deus abundantes
bençãos para os lares da América e os faça sementes de vida, de
concórdia e de uma fé robusta, alimentada pelo Evangelho e as boas
obras. Peço-lhes o favor de rezar por mim, pois necessito.
Fraternalmente,
FRANCISCO
Fonte: CNBB/Com informações da Sala de Imprensa da Santa Sé. Foto: Pastoral Familiar CNBB.
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